23 DE ABRIL - DIA MUNDIAL DO LIVRO
POEMA de Mena Geraldes
POEMA de Mena Geraldes
Sou da família dos troncos das árvores.
Feito de papel.
De margens sem rios.
Entre-linhas-sem-caminhos.
De letras que se misturam e
fazem acrobacias.
De palavras enevoadas
das que respiram e fogem
das manchadas e das luzidias.
Das que ficam obsessivas a
nos intimidar e das que são longas
como a ternura e breves como os suspiros.
Repouso no chão das estantes
e fico inerte esperando o toque de
umas mãos e o olhar de quem me acaricie.
Sou da família do tronco das árvores.
Cabem em mim todas as histórias do
mundo e todas as línguas faladas.
Sou aventura desmedida, memória de poeta, fantasia de criança, solidão de alma, paixão
desenfreada, retrato dos tempos, lugar onde nascem os devaneios.
Atravessei cicatrizes.
Cavalguei no dorso das ondas.
Desfolhei-me como as papoilas.
Fui naufrágio, ilha, bafo de anjos.
Fim de tarde, madrugada e noite cerrada.
De margens sem rios.
Entre-linhas-sem-caminhos.
De letras que se misturam e
fazem acrobacias.
De palavras enevoadas
das que respiram e fogem
das manchadas e das luzidias.
Das que ficam obsessivas a
nos intimidar e das que são longas
como a ternura e breves como os suspiros.
Repouso no chão das estantes
e fico inerte esperando o toque de
umas mãos e o olhar de quem me acaricie.
Sou da família do tronco das árvores.
Cabem em mim todas as histórias do
mundo e todas as línguas faladas.
Sou aventura desmedida, memória de poeta, fantasia de criança, solidão de alma, paixão
desenfreada, retrato dos tempos, lugar onde nascem os devaneios.
Atravessei cicatrizes.
Cavalguei no dorso das ondas.
Desfolhei-me como as papoilas.
Fui naufrágio, ilha, bafo de anjos.
Fim de tarde, madrugada e noite cerrada.
O meu nome? Nem eu sei... Tenho tantos...
0 comentários:
Enviar um comentário
Agradecemos o interesse demonstrado. Todos os comentários construtivos serão publicados.